terça-feira, 20 de maio de 2008

Marco Castro - Comercial e Informático - De Odivelas a Alfragide

Sou o Marco Castro, tenho 31 anos, sou residente na zona de Odivelas e até há bem pouco tempo trabalhava na zona de Alfragide.

Utilizei a bicicleta com muita regularidade nas deslocações casa \ emprego passando pelo centro de Lisboa. O meu trajecto era: Odivelas --> Calçada de Carriche --> Campo Grande --> Cidade Universitária --> Hospital de Sta Maria --> Univ Católica --> Sete Rios --> Twin Towers --> Ciclovia junto á Radial de Benfica --> Pina Manique e finalmente Alfragide.

Eram cerca de 12 km para cada lado que eram percorridos em 45 min de manhã e 35 á tarde. Durante o tempo que usei a bicicleta para as deslocações para o emprego, o meu peso diminuiu, a conta bancária aumentou, o carro não desvalorizou tanto e o meu humor bem como a forma física aumentaram consideravelmente. Sou portanto da opinião de que a nossa cidade de Lisboa é perfeitamente ciclável desde que se tomem as providências necessárias para a circulação urbana de velocipedes. Deixo aqui alguns concelhos aos novos utiizadores de bicicletas na cidade:

Equipamento "obrigatório"_
- Impermeável para os dias mais chuvosos
- Sistema de anti-roubo
- Capacete
- óculos por causa da poluição \ mosquitos etc....

Para a bicicleta:
- Guarda-Lamas
- Campaínha audível
- Grelha para levar malas
- Alforges \ malas para transporte de bens essenciais (roupa, portátil etc...)
- Iluminação frente e trás
- Colete reflector (se circularem de noite)
- Selim confortável
- Travões eficazes mesmo em chuva
- Pneus +/- lisos para evitar o atrito dos tacos no asfalto.

No meu caso particular adaptei uma BTT de gama média onde instalei os componentes acima referidos. Tendo mudado agora de local de emprego estou a tentar obter condições sanitárias para tomar banho quando me começar a deslocar de bicicleta novamente para o local de trabalho.

Entretanto espero que esta "familia" se comece a expandir e a angariar elementos.

Bem hajam! Marco Castro

Hugo Jorge – Psicólogo - Entre a Amadora, Odivelas e Lisboa

Em criança sempre tive um fascínio por bicicletas. Lembro-me que ao fim de semana acordava muito cedo, enquanto todos ainda estavam a dormir, apenas para ir andar de bicicleta. Nessa altura tinha uma bicicleta com costas e volante largo. Depois tive uma BMX amarela e vermelha. Reparo hoje que onde morava existiam poucos carros apesar de ser nos arredores de Lisboa. Estamos a falar de há 20-25 anos atrás. Nem sequer me recordo de carros estacionados nas ruas. As ruas eram espaços de brincadeira e onde eu podia andar de bicicleta sem qualquer receio. Durante a adolescência deixei de andar de bicicleta. Poucas eram as pessoas que andavam e eu não queria ser “o diferente”. Apesar disso lembro-me da minha primeira BTT comprada num supermercado com as poupanças dos trabalhitos de Verão.

A minha redescoberta do prazer de andar de bicicleta surgiu em 2005, depois de uma visita a Barcelona. Fiquei fascinado com a quantidade de pessoas a andar de bicicleta. Vi muitas bicicletas dobráveis e decidi que haveria de regressar a Lisboa com uma. E dito e feito. Foi nessa mesma altura que para além do prazer descobri outros benefícios: mais saudável, mais económico e obviamente com menor impacto no ambiente. Comecei a pesquisar tudo o que encontrava na Internet sobre o assunto e acabei por descobrir a Massa Critica, a FPCUB e outras organizações estrangeiras.

Actualmente utilizo a bicicleta como transporte em pequenas deslocações diárias: ir aos correios, farmácia, fazer compras na mercearia, ir a casa dos meus pais e por vezes para um dos consultórios onde trabalho. Procuro utilizar o meu carro em viagens estritamente necessárias. Fora estas, recorro cada vez mais à bicicleta e aos transportes públicos.

Vejo cada vez mais pessoas a andar de bicicleta. Vejo também cada vez mais pessoas a organizarem-se em torno de um objectivo comum: promover a bicicleta como meio de transporte.

Posso dizer-vos que não passa um dia sem que veja pessoas a andarem de bicicleta em Lisboa e arredores. E não são os utilizadores de lazer ou desportivos. São pessoas normais como eu ou tu que se deslocam de bicicleta para ir trabalhar, estar com amigos ou familiares, ir às compras, etc. Qualquer dia já não conheço a maioria dos ciclistas que passam por mim na rua. Esse dia está cada vez mais próximo. E ainda bem.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Paulo Ferrão - Engº Mecânico - Da Damaia a S. Apolónia

Caro Paulo,

Começando pelo início, também sou um apaixonado pela bicicleta e sempre a usei para actividades de lazer até ao final de 2004. Em finais de 2001 vim trabalhar para Lisboa e já na altura pensava como haveria de fazer para ir de bicicleta de casa (Catujal, perto de Sacavém) para o trabalho (na CP em Santa Apolónia) aproveitando o percurso à beira Tejo.

Apesar do trajecto ser plano os cerca de 16km em cada sentido feitos a bom ritmo fazem suar e a minha preocupação era a logística necessária, encontrar um balneário para um duche rápido, onde deixar a bicla e também alguma falta de coragem...Até que um belo dia de outono de 2004 (motivado por um colega de trabalho) decidi a fazer as primeiras "viagens". Na verdade os aspectos logísticos não eram o verdadeiro problema, a entrada do escritório tem um segurança 24/7 e para os duches recorro aos balneários dos manobradores da CP/REFER. E assim começou a tornar-se uma rotina quase diária, 3-4 dias por semana.

Desde Novembro 2006 a rotina recomeçou após um ano de ausência no estrangeiro e mudou, mas apenas no trajecto. Agora moro na Damaia, junto à estação, mas o destino continua a ser o mesmo e passou a ser mais agradável. Para além do percurso regular e mais directo a atravessar Lisboa, por vezes alterno, quando consigo sair da cama mais cedo, com uma passagem por Monsanto via Belém ou então Algés e sigo pela beira Tejo. A frequência também subiu para os 4-5 dias. Actualmente o meu objectivo seria usar a bicicleta em todas as deslocações (apesar de usar os transportes públicos, tenho carro mas faço muito pouco uso dele, essencialmente para as compras) de forma mais convencional sem ter de carregar com uma muda de roupa e estar
dependente da existência de balneários no destino. Mas por outro lado agrada-me fazer alguns quilómetros e até já pensei ir morar para Oeiras :) .

Não me alongado mais apenas queria acrescentar alguns aspectos já partilhados por outros ciclistas:- é indiscutível o bem estar físico e acima de tudo mental que esta rotina proporciona;- da minha experiência andar na estrada com automóveis não é perigoso, há que estar atento como qualquer outro condutor e os automobilistas até são na maioria simpáticos (com algumas excepções). Espero ter a oprotunidade de nos cruzarmos por Lisboa para nos conhecermos. Cumprimentos e boas pedaladas,

Paulo Ferrão

Didier H. - Designer - Da Paiva Couceiro à Braamcamp

Olá Paulo,

Parabéns pelo teu projecto muito construtivo.Tenho 38 anos, 18 anos de deslocação de bicicleta em meio urbano, dos quais 8 anos em Lisboa. Quando me mudei para cá, é lógico que continuei a usar a bicicleta para as minhas deslocações na cidade. Depois de ter vivido e pedalado em Grenoble e Paris, França, só podia ser melhor continuar a pedalar em Lisboa onde as condições meteorológicas são muito mais favoráveis.E as famosas "colinas"? Vamos lá ver:- em Paris, morava num ponto alto da cidade e trabalhava no centro: eram 15 minutos de descida de manhã e 30 minutos de subida à noite. Nunca achei isto fisicamente problemático ou particularmente aborrecido. Para quem não sabe, as bicicletas também têm mudanças que permitem aliviar o nosso motor (as pernas).- da minha casa em Lisboa, tenho um acesso muito fácil a uma grande parte da cidade. No norte há, numa grande extensão, um planalto. As av. de Roma, Av da Republica, Alvalade, Campo Grande, Telheiras, Benfica etc. são totalmente planos. E estando quase à mesma altitude que a Graça ou o Rato / Principe Real, consigo chegar a Alfama ou ao Bairro Alto sem grande esforço, seguindo as linhas de níveis, pois, o melhor caminho nem sempre é o mais curto. No entanto, é “sempre a andar” e não perco tempo em estacionamento. Quinze minutos de porta a porta da minha casa até ao escritório da Alexandre Herculano, A horas de ponta... impossível de carro.Tirei a carta aos 18 anos mas nunca tive carro próprio. Alugo um de vez em quando para um fim de semana fora ou quando não tenho outra alternativa. Assim, seria para mim absurdo ter um carro morando no centro da cidade, ainda por cima com transportes públicos à porta.As principais motivações para usar a bicicleta:- deslocação fácil e rápida de um ponto a outro sem constrangimentos (trânsito, estacionamento, etc.) e sem ficar dependente dos transportes públicos;- sensação de "viver a cidade": ver e ouvir o que um carro ou o metro não permite. Poder parar em qualquer sítio ou decidir mudar de caminho só pelo prazer de descobrir outros cantos da cidade;- é saudável;- é económico;- é ecológicoAlguns conselhos para quem quer dar as primeiras pedaladas na cidade: não hesitem em investir numa bicicleta de qualidade, confortável e bem equipada com selim largo e, eventualmente, suspensões para compensar as trepidações das ruas em mau estado, um porta-bagagens para o computador portátil ou para as compras, um guarda lama para os dias de chuva, travões de qualidade, luzes (com dínamo, para nunca falhar) e uma campainha a sério para maior segurança. O capacete é para mim algo ao qual ainda não me rendi... Nunca usei porque nem sequer havia capacetes quando comecei a andar de bicicleta e porque iria, para mim, tirar uma grande parte dessa sensação de facilidade de uso da bicicleta. Não é preciso nenhum equipamento nem fato especial (espacial :^) para andar. Infelizmente, não chegámos ao ponto dos países com maior prática (Alemanha, Holanda, França etc.) onde o capacete é minoritário por terem integrados a bicicleta como um prolongamento natural da deslocação a pé. Mas, obviamente, o capacete pode fazer a diferença em caso de acidente.Acidente! Do meu ponto de vista, a primeira FONTE de acidente são os peões e não os carros (mas obviamente, sem as consequências de um acidente com carro) por serem menos previsíveis. Em 18 anos de deslocação urbana, tive 2 pequenos acidentes (sem danos corporais) e nunca provocados por carros - apesar de um ter acabado com um contacto com carro. Muitas vezes, os peões atravessam sem olhar porque não se apercebem da proximidade das bicicletas (por serem silenciosas). Sem falar das portas de carros estacionados que abrem de repente. Por isso, é um erro ficar colado ao passeio. É muito mais seguro andar mais pelo meio da faixa para obrigar os carros a abrandar, e ultrapassar, como se fosse um carro, de forma a manter a possibilidade de desvio repentino, sem se ser atropelado por um carro "rasante". Resumindo: é importante ocupar a via!Pessoalmente sou bastante respeitador dos sinais (que permitem fazer pausas regulares) e outros, tais como de sentidos únicos porque se quero ser considerado como um qualquer outro veiculo que partilha a via pública, tenho de seguir as mesmas regras. Só não aplico a regra suicida de ficar sempre na faixa mais à direita numa rotunda (como quer o código de estrada para as bicicletas salvo erro) - sobretudo numa rotunda grande como a do Marquês Pombal onde os carros saiam a abrir. Nunca uso os passeios que são, do meu ponto de vista, espaço exclusivo dos peões.Boas pedaladas.

Rui Sousa - Gestor - Da Alta de Lisboa à Av. da Liberdade

Tudo começou há sensivelmente 14 anos.

Curiosamente quando acabei de tirar a carta, comprava várias revistas de automóveis e tinha o sonho secreto de ser piloto de automóveis ... Desde os meus 10-12 anos que tinha uma BMX da Esmaltina. Já estava a dar as últimas, pelo que comprei numa loja de motas das Charneca da Caparica uma BTT linda, cinzenta clara. (aqui que ninguém nos ouve, um grande chasso). Gostei tanto da bicicleta que resolvi deixar de pedalar apenas na férias e trouxe-a para Lisboa, para dar umas voltas por cá. Os meus pais não acharam muita piada, tinham medo do trânsito, inventaram a desculpa da falta de espaço em casa ... mas depois de umas birras minhas lá consegui ficar com oc hasso em Lisboa! Comecei a dar umas voltas ao fim-de-semana com os amigos, por Lisboa, incluindo Monsanto. Primeiro 20 km, depois 30, 40, 50 km. E pensei: Se eu consigo fazer 50 km sem grande esforço, porque não faço 5 ou 10 para ir aos sítios onde preciso, em vez de ir de transporte públicos ou de carro? Além disso é uma forma de treinar e melhorar ainda mais a forma física! E assim foi. Comecei a ir de Benfica à Cidade Universitária (ISCTE), substituindo o Metro. Ou de Benfica à Povoa de Santo Adrião, substituindo o carro.

Nessa altura era um verdadeiro ET. Raramente via mais alguém a andar debicicleta por Lisboa e quase toda a gente me devia achar meio maluquinho :) Quando encontrava mais alguém nas ruas de bicicleta quase que parava para ver se não estava a ter alucinações. Com o passar dos anos fui melhorando a minha forma física, ganhando peso e perdendo muita barriga. As deslocações diárias ficavam cada vez mais fáceis e as voltas de fim-de-semana maiores e ultrapassando percursos mais difíceis, essencialmente em terra. Ainda me lembro do dia em que fiz pela primeira vez 100 km, com o passeio de Lisboa Antiga de manhã e uma volta pelo Parque das Nações à tarde. Algum tempo depois fiz 205 km, num Tróia-Sagres, quase 9 horas a pedalar! Passados alguns anos acabei o curso e comecei a trabalhar. No início não ía de bicicleta, ainda iam pensar que era maluco e despediam-me...mas andava vaidoso por ter comprado uma bicicleta nova, um dia resolvi ir a pedalar para a mostrar aos colegas. Foi fácil, rápido e não fui despedido! Fui repetindo a experiência e passado algum tempo a aventura passou a diária. Como no local onde trabalhava não tinha que usar fato e gravata, tinha lá sempre roupa suplente, que usava para trocar nos dias de maior calor ou quando apanhava chuva a meio caminho. Por esta altura (2000-2001) já não era visto como um fugitivo da Av. Do Brasil e começava a ver mais pessoas a pedalar por Lisboa. No primeiro dia sem carros convenci uma colega a pedalar até ao trabalho. Fomos de Telheiras até ao Saldanha, mas ela sem ciclovias tinha medo dos carros e não repetiu a experiência nos restantes dias. Comecei também a organizar passeios nos fins-de-semana com os colegas do trabalho. Alguns passeios tinham mais de 30 pessoas, entre colegas e os amigos e familiares deles. Ficou provado que mesmo quem não utilizava a bicicleta há muitos anos, conseguia fazer 20-30 km sem grande dificuldade!

Em 2005 mudei de emprego (para o Campo Pequeno) e já me tinha também mudado para a Alta de Lisboa, no Lumiar. Como tinha de ir de fato e gravata e o percurso era rápido de metro, deixei de usar a bicicleta nesse percurso. Mas a minha namorada morava no Alto da Ajuda, ia para lá de bicicleta 2 a 3vezes por semana, pelo que passei a fazer ainda mais quilómetros! Em 2006 mudei novamente de emprego, para a Av. da Liberdade. Novamente fato e gravata e a bicicleta em casa. Mas nesse ano houve uma série de greves dos transportes, pelo que entre fazer a pé 7 km ou ir de bicicleta, escolhi a 2ºopção. Falei com os porteiros para arranjar um espacinho na garagem e voltei à minha rotina antiga.

Actualmente vou de bicicleta para o emprego uma média de 3 vezes por semana. Como em 2 desses dias venho almoçar a casa, faço no total 75 km por semana, 300 km por mês!Faço o percurso Alta de Lisboa, Calvanas, Av. Brasil, Ciclovia Campo Grande, Entrecampos, Saldanha, Av. Duque de Loulé, Marques de Pombal, Av. daLiberdade. Para voltar não vou pela Av. Brasil, seguindo para o Campo Grande, Lumiar, Quinta das Conhas, Alta de Lisboa. A ir demoro cerca de 20 minutos, enquanto de metro demoro 35. De automóvel não sei quanto tempo demoraria, mas o engarrafamento para as Calvanas começaa 100 metros da minha porta de casa! A regressar, com mais subidas, demoro 25-30 minutos.

Em termos de equipamento, tenho uma BTT hidrida em aço, da Masil. É muito confortável por o quadro ser em aço, apesar de não ter suspensão. Tenho uma mala na traseira, com um suporte preso ao espigão do selim e outra pequena mala no guiador. Luzes de Leds atrás e à frente e uma pequena campainha. Os pneus são do tipo "slick" mas bastante largos, pois as ruas da capital são autênticos "down-hills" dos mais radicais! O meu equipamento é composto por 2 elásticos de escritório para prender as calças à perna (e não as sujar na corrente); um colete reflector; e sempre, mas sempre, CAPACETE. Se tiver calor, a gravata vai na mala. Vou só com a camisa, pois deixo o casaco de alguns fatos no trabalho, caso tenha de ir a alguma reunião mais formal.

Deixo aqui uma nota sobre o CAPACETE. Muitas das pessoas que só andam de bicicleta na cidade dizem que o capacete não lhes faz falta. “Faz falta é no BTT”, pois aí há pedras, arvores, buracos. Pois estão completamente engandos. No BTT há esses obstáculos todos. Mas na cidade temos lancis de passeios, carros, portas de carros que se abrem, asfalto mais duro que terra, carris de eléctricos, tampas de esgoto partidas. Se tivesse que escolher entre usar capacete só no BTT ou só na cidade, sem dúvidas nenhumas que escolhia a cidade.

Desde o ano 2000 já tenho 50.000 km feitos em cima da bicicleta. A única vez que amolguei um capacete foi na Av. Almirante Reis, quando ia a descer a 10km/h, quase a parar num semáforo. Não percebi porque caí...por isso, usem sempre o CAPACETE! Espero-vos ver por aí na cidade de bicicleta!

Rui Sousa

terça-feira, 13 de maio de 2008

Rita Ferreira - Gestora de Empresas - Das Torres de Lisboa à Univ. Católica

Desde pequena que adoro andar de bicicleta e já no meu tempo de estudante universitária utilizava este meio de transporte para me deslocar frequentemente desde a Av. E.U.A., onde vivia com os meu pais, até à Universidade Católica onde estudava.

Quando surgiram os primeiros parquímetros de Lisboa, e eu trabalhada numa empresa em frente ao actual edifício do El Corte Inglês, voltei a usar ainda com maior frequência a bicicleta, pois era de facto o meio de transporte mais rápido (demorava 14 minutos de casa ao meu gabinete num 7º andar da Av.António Augusto Aguiar, enquanto de carro raramente o conseguia fazer em menos de 20/25 minutos) e também o mais cómodo e barato (não havia nem metro nem autocarros directos para esse local e levando carro tinha que me deslocar ao parquímetro pelo menos 3 vezes por dia para o alimentar o que se tornava muito caro e aborrecido).

Mas, foi em Barcelona onde vivi de 1999 a 2004, e mais de 1 ano sem carro, e depois mais tarde, em Cergy-Pointoise (perto de Paris), que fiquei verdadeiramente obcecada por usar o carro apenas nos dias em que ou chovia muito, ou tinha que carregar muitos livros para a Universidade ou precisava de ir depois a qualquer outro lado ou de ficar até mais tarde... Agora que voltei a trabalhar na Universidade Católica e que vivo ainda mais perto desta (demoro cerca de 10 minutos para ir e apenas 8 minutos para regressar a casa) tento ir muitos dias de bicicleta para o trabalho, pois sinto que me faz bem à saúde física, mental e ambiental.