sexta-feira, 21 de março de 2008

Os "100 dias" nos Media ... e não só.

01/01/2008 - Reportagem do arranque do projecto, emitida no Jornal da Noite da SIC e na SIC Notícias, no dia seguinte.
14/03/2008 - Artigo publicado no Jornal Destak, sobre o projecto dos "100 dias".
17/03/2008 - Artigo publicado no Jornal Global, sobre o projecto dos "100 dias".
17/03/2008 - Participação, como orador, no seminário sobre Modos suaves de Transporte nas Cidades, promovido pela C.M. de Lisboa.
--/03/2008 - Entrevista publicada no Jornal Público, sobre o projecto dos "100 dias".
--/03/2008 - Participação no programa "Sociedade Civil", da RTP2, com o tema "Transportes amigos do ambiente"
--/03/2008 - Entrevista à Radio Antena 1, sobre o projecto dos "100 dias".

sábado, 15 de março de 2008

Marta Vieira - Medicina - Da Alta de Lisboa para Telheiras

Eu pedalo em Lisboa há pelo menos 6 anos. Nessa altura vim estudar medicina veterinária e como já há 2 anos que praticava BTT continuei a pedalar quer em BTT quer em estrada apenas por lazer uma vez que morava a 10 minutos a pé da faculdade. Até Junho passado morei no cimo da Calçada da Ajuda por isso confesso que da 1ª vez que te vi dizer no blog que subir a Avenida da Liberdade era difícil achei que ainda tinhas muita coisa para descobrir na cidade de Lisboa...

Desde Junho de 2007 que me mudei para a Alta de Lisboa e passei a usar a bicicleta como meio de transporte, 1º para ir estudar para a biblioteca na época de exames e agora para ir para o estágio em Telheiras. Como agora a deixo todos os dias agarrada a um poste e tenho de ir com roupa normal para o trabalho tenho de me contentar em pedalar numa bicicleta do bike tour de 2006 enquanto que dantes podia pedalar numa bicicleta bem mais leve.

Por já conhecer a falta de civilização dos condutores portugueses costumava evitar os locais de mais trânsito para pedalar em Lisboa, mas desde que uso a bicicleta como meio de transporte que os condutores vão teimando em relembrar-me o quanto desrespeitam todos os que insistem em ser diferentes deles.

Admito que nem sempre cumpro o Código da Estrada mas acima de tudo tento não estorvar nem por em perigo ninguém.

Eu não me considero fundamentalista mas era bom que se arranjasse uma forma de convencer cada vez mais pessoas a pedalar nas cidades deste país pois a verdade é que o ambiente estaria muito melhor. Eu antes de vir para Lisboa morava em Barcelos e apesar de lá os carros circularem muitas vezes com maior velocidade do que aqui a poluição não tem nada a ver. Confesso que admiro quem se atreve a pedalar nas principais avenidas de Lisboa nas horas de ponta, não pelo trânsito mas pela poluição pois das vezes que lá passo a pé até me sinto mal com o cheiro a escape...

Espero que o projecto continue a correr cada vez melhor e que vá convencendo mais gente de que pedalar é a melhor solução para a carteira e a saúde

Cumprimentos
Marta Vieira

sábado, 8 de março de 2008

Paulo Leitão - Engº Quimico - De Algés ao Saldanha

Tenho 46 anos, sou casado, tenho três filhas, vivo em Algés e trabalho junto ao Saldanha.

Até ao ano passado contavam-se pelos dedos de uma mão as vezes que tinha usado a bicicleta como meio de deslocação para o trabalho, mas no Verão (a convalescer de uma operação a uma clavícula partida, resultado de uma queda de bicicleta em Monsanto) concluí que não ia conseguir cumprir os quilómetros que tinha estabelecido fazer de bicicleta em 2007.
Houve que repensar e redefinir objectivos. Se até então passavam apenas por melhorar a minha forma física e mental, participar numa ou noutra prova de BTT e no Tróia-Sagres em Dezembro (além das voltas domingueiras com os amigos), nessa altura decidi que, já que ia fazer menos quilómetros, ao menos que fossem bem aproveitados.

Não demorou muito a descobrir que uma boa maneira de recuperar os quilómetros perdidos e ainda contribuir positivamente para o ambiente seria vir de bicicleta para o trabalho alguns dias.
Quantos dias? Bom... na maior parte das vezes, por um motivo ou outro, teria que trazer carro, até porque não venho sozinho para Lisboa, mas sempre se arranjariam uns quantos dias em que seria possível vir de bicicleta.
Já que ia poupar nas emissões de CO2, então que tal evitar emitir a quantidade de CO2 equivalente ao meu peso (86 kg)?

Fiz umas contas e conclui que teria que fazer 17 deslocações de ida e volta para atingir esse valor. Lamento confessar que não consegui. Fiz só 15, mas entretanto perdi uns quilogramas, por isso quase que poupei as emissões equivalentes ao meu peso actual.

Parte do caminho é feito junto a Monsanto e se de manhã não há tempo para grandes invenções (até para não esforçar e não chegar suado) no final do dia há sempre possibilidade de fazer um desvio pelo parque, o que é muito agradável.
No interior da cidade tento evitar as vias de maior movimento e a pior zona que apanho é a Av. de Berna junto à Gulbenkian.

Foram raras as vezes que tive problemas com o trânsito, mas já uma vez ia sendo "colhido" por um carro que me ultrapassou e se desviou para uma rua à direita mesmo à minha frente. Usei o termo"colhido" no sentido taurino, porque é o adequado à quantidade de impropérios que gritei, nos quais se incluíam obviamente nomes de animais com cornos.

No local onde trabalho tem vindo a aumentar o número de pessoas que usa a bicicleta, embora em número ainda reduzido e preferencialmente com bom tempo.
Este ano ainda não tive possibilidade de vir de bicicleta, mas espero começar dentro em pouco, até porque se está a esgotar a minha lista de desculpas e o tempo está a melhorar.

Tenho como meta usar a bicicleta 25 dias em 2008. É pouco, mas é realista e é o contributo possível. Melhores dias virão.

Entretanto percebi que o facto de vir de bicicleta melhorava a minha disposição durante o dia e alarguei o âmbito de utilização, optando por este meio para algumas pequenas deslocações na área onde moro.

Cumprimentos ciclísticos e boa sorte para o projecto e para a tese.

domingo, 2 de março de 2008

Luís Marques - Biólogo - De Campolide à Cid. Universitária

NOME: Luís Marques, 28 anos
Profissão: Biólogo

Encontrei este blog há pouco tempo, e desde então tenho sido um fiel leitor! Sinceramente, tomei conhecimento dele desde que voltei a ir almoçar à cantina velha da UL, vi lá a bicicleta, e pensei... "Olha, mais um compatriota?" :) A verdade é que desde o ano passado que, sempre que possível, me desloco de bicicleta desde a minha casa em Campolide, ao pé das Amoreiras, até à Faculdade de Ciências no Campo Grande, onde trabalho. E como estou arrependido de não ter feito o mesmo enquanto estava a tirar o curso!...

A ideia surgiu-me quando um dia me lembrei de usar uma ferramenta da internet de mapas (não me lembro qual...) só para ver a distância da minha casa até à faculdade. Como sempre fui muito adepto de andar de bicicleta, mas só de Verão ou ao fim de semana do outro lado do rio, já me tinha ocorrido usar a bicicleta em Lisboa. Nunca o tinha era concretizado porque achava que os percursos que teria de fazer ou eram muito longos, ou pejados de subidas, ou francamente PERIGOSOS por causa dos carros. Além disso, fiz o estágio de licenciatura durante 9 meses na Holanda, e, embora tenha vindo de lá com o "bichinho" da bina enquanto meio de transporte, achava isso impraticável em Lisboa. Enfim, lá meti o "start" e o "finish", e fiquei parvo quando vi que a distância mais curta eram cerca de 4 (míseros) quilómetros! Ainda por cima, por um caminho que nunca utilizaria de carro (por causa do trânsito), mas que de bicicleta faria todo o sentido!E pronto, lá experimentei. Resultados? Se for com calminha, fazendo o percurso Campolide > Marquês de Fronteira > Corte Inglés > 5 de Outubro > Entrecampos > Ciclovia > FCUL, nunca demoro mais do que 25 minutos. Se for de carro e apanhar o trânsito habitual demoro entre 10 e 20 minutos (para 4 km!). Se for de transportes públicos, demoro invariavelmente cerca de 45 minutos, contando com tempos de espera e/ou trânsito (PARA QUATRO MÍSEROS QUILÓMETROS!!). Ah, e como circulo na via mas cumpro escrupulosamente o código de estrada (respeito todos os sinais, faço "pisca", etc. Afinal, também sou condutor), nunca tive qualquer razão de queixa por parte dos automobilistas.Custos? Carro: ~€60 por mês em gasóleo. Passe: €28,10 por mês. Bicicleta: €0.

Não tenho dúvidas nenhumas que a bicicleta oferece uma série de vantagens em relação ao carro e até, em algumas circunstâncias, à rede de transportes públicos. Infelizmente, tenho de admitir que ultimamente tenho utilizado um pouco mais o carro, mais por preguiça e stress relacionado com o fim do meu mestrado... Se tivesse desopilado um bocadinho de bicicleta, nas idas e vindas para o trabalho, provavelmente tinha stressado menos! Próximo passo para mim: adoptar a bina de forma integral nas minhas deslocações à FCUL e ao ginásio (em Telheiras - já vou com o aquecimento feito :)), e utilizar o carro apenas quando necessitar de ir ao Instituto Gulbenkian de Ciência em Oeiras, onde também trabalho. Para facilitar o uso no dia-a-dia, acho que duas coisas são essenciais... Um porta-bagagens + mochila adaptada ao mesmo e um corta-vento/chuva, para os dias mais "cinzentos". E pronto! Só queria deixar o meu testemunho e desejar-te as maiores felicidades para a tua tese, e, claro, a tua experiência! Ainda havemos de ser muitos, há cada vez mais bicicletas "estacionadas" na Faculdade de Ciências, vai lá espreitar!! :)

Um abraço

Catarina Fernandes - Estudante Física - Dos Olivais à Cidade Universitátia

Nome - Catarina Fernandes
Profissão - Estudante do curso de Física (Faculdade de Ciências UL)
Percurso - Olivais-Sul <-> Cidade Universitária

Olá Paulo,

Quando entrei para a faculdade pensei em deslocar-me de bicicleta para a faculdade mas diziam-me que era perigoso, demorava muito tempo, e para mais não tinha bicicleta, aliás já não andava de bicicleta desde os 13 anos. Não pensei sobre o assunto durante algum tempo. Passado um ou dois anos um colega da faculdade comprou uma bicicleta muita rasca (que ainda sobrevive) e começou a andar assim para todo o lado. Aquele bichinho renasceu ao ver tal exemplo. Comecei novamente a pôr em causa deslocar-me de bicicleta, só faltava a bicicleta! Decidi então inscrever-me no BikeTour Lisboa 2007 e ironicamente adquiri a bicicleta uma semana depois de ter a carta de condução e quando uma vez me perguntaram: - Então vais ter um carro?, eu
respondia (um pouco orgulhosa devo dizer): - Não, vou ter uma bicicleta! Algures em Junho do ano passado, comecei a fazer deste o meu transporte, foi óptimo para começar pois como estava em época de exames não tinha horários a cumprir e fui compreendendo o percurso, às vezes não me apetecia e ia de metro. No início custou um pouco e a bicicleta não era propriamente leve, eu moro num 8º andar e colocá-la no elevador custava mais do que o percurso na estrada. Mas agora desde que comprei um bicicleta de 14 kg já não é problema colocá-la no elevador, quanto mais andar pela cidade. Desde esta minha nova aquisição ando todos os dias de bicicleta. Deixei de carregar o meu passe de metro e troquei por um 7 colinas.

O que me leva a andar de bicicleta em Lisboa: tenho mais mobilidade e chego mais depressa ao destino do que se fosse de transportes públicos (de metro com sorte e a horas normais demoraria não menos do que 25 minutos, de bicla demoro 20 minutos nas calmas ,15 se for um pouco mais depressa - como costumo ir para casa à noitinha os 25 minutos no metro alagarvam-se para mais de meia hora...), e os meus amigos que andam de bicicleta já não têm de me levar à boleia ou de estar à minha espera. Estaciono a bicicleta onde quiser (comprei um cadeado bom). Vou ao "ginásio" todos os dias pelo menos 2 vezes ao dia (na ida e no regresso) e também vou para o ginásio de bicicleta. O combustível usado é a minha energia. O meu veículo não cheira mal, o mesmo não posso dizer dos meus companheiros da Av. do Brasil, de vez em quando tenho de torcer o nariz com tanto mau cheiro, esse mau cheiro às vezes faz com que não ande tão depressa como gostaria. Os gases nocivos que os carros emitem fazem mais mal ao condutor do que para a bicicleta, há estudos que referem que os condutores de automóveis, devido à existência do habitáculo recebem cerca do triplo de gases nocivos do que um ciclista que vai na estrada. Ultimamente tenho de me deslocar até à Av. da Liberdade em hora de ponta, vou desde a faculdade até lá e é impressionante como a esta hora a bicicleta ganha em muito em relação ao carro, demoro pouco mais de 10minutos, e a partir do Saldanha não há carro que me apanhe, vou sempre com todo o cuidado. De vez em quando ouço alguém a gritar vai para o Bus, mas o Bus é para os tranportes colectivos, e eu não sou um transporte colectivo, eu estou sozinha na minha bicicleta tal como muitos automobilistas estão sozinhos no seu automóvel.

Alguns pensamentos que tenho em relação à utilização da bicicleta como meio de transporte:Eu tenho o direito de andar na estrada, a minha velocidade é perfeitamenteaceitável para andar na cidade por entre os carros, se eu me deslocasse de automóvel estaria a ocupar um espaço muito maior. Nas subidas é só preciso ter um pouco de compreensão e perceber que parar é a morte do artista. Poupo dinheiro porque não gasto gasolina/gasóleo... estacionamento, taxas, seguros, etc. Ganho em saúde. O facto de andar de bicicleta faz também com que eu sinta estar a desempenhar um papel na não destruição do planeta e de ajudar a minha cidade a cumprir com as directivas da U.E. no que respeita à emissão de gases nocivos. Sou totalmente contra a utilização do automóvel como transporte de utilização diária e totalmente a favor do uso da bicicleta e dos transportes colectivos.

Gostaria de deixar uma mensagem aos meus amigos condutores da Av. doBrasil, obrigada pela vossa companhia! Mas preferia que me acompanhassem de bicicleta. Gostaria que os condutores de automóveis podessem compreender que as bicicletas mudam de faixa quando precisam de mudar de direcção, tal comoeu tento "compreender" alguns condutores (ALGUNS....) porque é que me fazem "rasas" (a mais de 50km/h!!!) com tanto espaço no outro lado. Quando experimentei andar sem capacete reparei que estas "rasas" diminuiram em muito e que tenho mais respeito por parte dos condutores, deixei de andar de capacete! É bom andar de bicicleta em Lisboa, redescobir a cidade e os seus buracos. Gosto de andar de bicicleta quer em Lisboa, quer noutro sitío qualquer. O facto de passar a deslocar-me de bicicleta fez com que descobrisse outras cidades europeias que já o fazem. Descobri a sociedade Dinamarquesa o excelente ensino que têm. Para o ano espero ir fazer o meu mestrado em Copenhaga na companhia da minha bicicleta, vai ser bom ver uma cidade/país onde todos, independentemente da idade andam de bicicleta onde até se vêm mães a transportar os seu filhos nas suas bicicletas. Se não tivesse este gosto nunca teria descoberto esta realidade. Gostaria de ver mais gente a andar de bicicleta e de transportes públicos. Gostaria de ver menos carros, de ver a cidade mais limpa e mais respirável. E acho que nunca hei-de perceber porque é que as pessoas ficam horas no trânsito sozinhas enquanto podiam estar a fazer outras coisas bem mais interessantes.

Boas pedaladas.

sábado, 1 de março de 2008

Nuno P. - Polícia - Da Póvoa Sta Iría à Praça de Espanha

Sou Agente da Polícia Municipal de Lisboa e habito na freguesia da Póvoa de Santa Iria. Comecei por experimentar fazer o percurso da minha residência (Póvoa Sta Iria) para o meu local de trabalho, na Praça de Espanha ( já antesf azia o percurso Póvoa / Parque das Nações, antiga Esquadra, várias vezes por semana). É um percurso de cerca de 22kms e em regra geral o trajecto é o seguinte: Nacional 10 / Sacavém / Parque das Nações-Gare do Oriente /Aeroporto (esta é a parte pior devido à subida da Avª de Berlim) /rotunda do relógio (normalmente vou pelo passeio do lado do "avião") /Campo Grande (via Avª do Brasil) / jardim do Campo Grande pela ciclovia até Entrecampos / Avª de Berna (pela 5 de Outubro) / Praça de Espanha. Este é o percurso, como disse, de cerca de 22 kms, praticamente sempre plano, com ligeiras subidas exceptuando, a tal subida desde a Gare do Oriente ao Aeroporto. Com a ida de bicicleta junto o útil ao agradável, visto que faço um pouco de execício físico (normalmente demoro cerca de 45 minutos neste percurso), por norma vou com outro colega e conversando nem notamos o tempo a passar, não me preocupo com atrasos ou engarrafamentos. Por vezes, se já sair de noite do trabalho, também sempre posso meter a bike no comboio em Sete Rios, sair na Estação da Póvoa e pedalar (aí são só 10 minutos a subir) até casa com os necessários cuidados a nível de iluminação (muito importante). No percurso referenciado, utilizo a estrada tendo cuidado com os automóveis, que quase sempre são donos da prioridade, mas também quando possível, utilizo os passeios, tendo a atenção de aqui reduzir um pouco a velocidade. Devido à inconstância dos meus horários, nem sempre posso fazer da bicicleta o meu meio de transporte usual, optando pela scooter ou mesmo pelo comboio (carro não obrigado). Mas, sempre que posso, lá vou eu a pedalar, evitando as filas, o lugar correcto para estacionar que raramente encontro, as MULTAS de mau estacionamento... Enfim, desafio quem ler este comentário e não utiliza a bicicleta, que faça como o Paulo, que experimente e se tiver lugar para arrumar este óptimo meio de transporte, vai ver que não se arrepende.
Nuno P.